domingo, 20 de dezembro de 2009

AQUECIMENTO GLOBAL LIDERA DISCUSSÃO

Cinco países rejeitaram o documento anunciado nesta sexta-feira: Venezuela, Bolívia, Cuba, Sudão e Tuvalu - um país-arquipélago, o mais frágil diante do aumento do nível dos oceanos. Para ser mesmo um acordo, precisaria de unanimidade. A ONU tomou nota do texto - que tem efeito imediato, mas sem força de lei internacional.

O documento estabelece que a temperatura do planeta não deve subir mais de 2ºC até o fim do século, mas não estabelece metas globais de redução de emissão de gases que provocam o efeito estufa. Deixa para que cada país faça o que achar melhor.

Pelas propostas apresentadas até agora, a matemática daria 20% de cortes até 2020, com relação aos níveis de 1990. Os cientistas recomendam, no mínimo, 25% de redução.

Há menção de um acompanhamento internacional das ações dos países, mas não de fiscalização e de uma linha de crédito de US$ 10 bilhões por ano até 2015, que poderia chegar a US$ 100 bilhões por ano a partir de 2050.

Barack Obama classificou o texto de importante. Mas a União Europeia, que pressionava por metas maiores, foi desfilando adjetivos não tão bons. “Decepcionante”, segundo o presidente da França, Nicolas Sarkozy. “Pouco ambicioso”, para a alemã Angela Merkel. O ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que ficou em Copenhague até o fim, também criticou.

“É insuficiente. Os Estados Unidos têm que resolver a questão. Foi o grande impasse dessa conferência. Seus delegados e mesmo o presidente Obama não tinha mandato para avançar mais, inclusive em questões financeiras. Vamos todos avançar. O próprio Brasil vai avançar mais”, diz o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc.

Após a conferência que marcou a derrota do resto do mundo para os dois maiores poluidores do planeta, China e Estados Unidos, um detalhe final do texto acrescenta a suspeita de chantagem - ele vai trazer listados os nomes de todos os países que se negaram a assiná-lo, dando margem para que a eles seja negada qualquer ajuda financeira.

SONIA BRIDI e PAULO ZERO

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